quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Bahia 2014: Hábito, vício de tempos passados?

Imaturidade injustificável

Por Ronaldo Souza

Ufa, que alívio. Escapamos.

Novos tempos, novos projetos, esperança. Isso é o que espera a torcida do Bahia. Foi-se a longa noite de trevas.

Após tantos sobressaltos, tomaram posse a nova diretoria e o novo conselho, ambos já sob nova base, mas com o Campeonato Brasileiro em pleno andamento. Momento delicado.

Um time fraco, muito limitado e um técnico que nos encantara num primeiro momento. Sério, digno, consciente, sereno, como poucas vezes visto no futebol. Emitia, porém, sinais de que tinha sido acometido pela síndrome Joel Santana.

De repente.

“O Bahia está em negociação e deve trazer fulano, cicrano, beltrano...”. Tomei um susto. Já ouvi isso outras vezes.

A nova diretoria não trouxe ninguém. Percebeu a mancada do que tinha dito? Não sei. Não cabe analisar se pretendia de fato faze-lo, entretanto, pretendendo ou não, foi um começo infeliz.

A inexperiência não parece ser justificativa, afinal o novo presidente já tinha sido presidente, vitorioso, com títulos, anos atrás. Hábito, vício de tempos passados? O velho truque das promessas em momentos de dificuldade? Se sim, que se abandonem esses hábitos. Soam ridículos em tempos atuais. E no caso, absolutamente desnecessários.

Grandioso e pequeno, o futebol tem as suas regras. Nele há sentimentos nobres, mas há também os pequenos. Há times grandes, que fazem a história do futebol. Conhecem a glória, ainda que não vivam um bom momento. Há times menores, que vivem de momentos. Mas, não conhecem a glória.

Um bicampeão brasileiro conhece essa glória. Ele ajuda a escrever a história do futebol brasileiro.

Nesse mundo, não há espaço para comportamento juvenil. Anunciar jogadores antes de se concretizarem as negociações, entre outras coisas, permite, por exemplo, o “interesse” de outros times, muitas vezes só para valorizar o jogador para que, ao final, a transação saia mais cara. Não foi uma atitude inteligente e não está sendo neste momento.

Resolvam as coisas do Bahia. Depois comuniquem. O bom senso recomenda.

Outra coisa que precisa ser entendida. O clube tem que fazer com que o processo contra os antigos dirigentes não seja esquecido, jamais. Parece bem claro que depois de todos os absurdos que cometeram, depois de dilapidar o patrimônio do clube, segundo o interventor e confirmado pela atual diretoria, esses gestores devem respostas à Justiça. Se a Justiça quiser se fazer respeitar, tomará as devidas providências.

Mas, “esqueçam” o antigo presidente e a sua diretoria. O Bahia não pode viver à sombra de fantasmas. Entrevistas sobre o assunto não devem ser mais a tônica. Demorou, mas passou. Vamos tocar a vida do clube porque isso é urgente.

É o que a torcida deseja e espera.

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