O domingo estava lindo, sol brilhando forte, bandeiras tricolores por toda a cidade e o estádio de Pituaçu lotado, uma atmosfera perfeita para o primeiro jogo do Bahia em casa, após sete longos anos longe da divisão de elite do futebol nacional. Era uma alegria tão grande que até os mais escaldados com as surpresas do futebol dificilmente acreditariam que o tricolor não se apresentaria de forma brilhante diante de sua torcida, mesmo enfrentando o Flamengo e suas estrelas.
E tudo parecia que daria mesmo certo. O jogo começou com o Bahia marcando forte, embalado pela torcida que declarava em alto volume seu amor ao clube, numa festa que o Brasil inteiro estava com saudade de ver. Na luta, na raça, o Bahia abriu o placar com o gol de Lulinha e a explosão de alegria, uma catarse coletiva alimentada por uma paixão inabalável. Mesmo marcando em bloco, o Bahia carecia de qualidade em alguns setores, principalmente no lado esquerdo de sua defesa.
Por ali, Galhardo pavimentou uma avenida e desfrutou dela livremente, desfilou seu repertório de cruzamentos na área tricolor sem se incomodado até conseguir colocar a bola nos pés de Ronaldinho Gaúcho, que empatou. Mas, aí, quando parecia que o Flamengo iria deslanchar, surgiu uma jogada perfeita do tricolor. Roubada de bola no campo de defesa, saída de Ávine em velocidade, abertura rápida de bola na esquerda para Lulinha, que ajeitou e cruzou para Jobson marcar seu primeiro gol com a camisa tricolor. Como na semana passada, o Bahia encerrava a primeira etapa na fente, vencendo, jogando com coragem e marcando bem.É, mas lembra da Maldição do Vestiário? Ele atacou de novo. No segundo tempo, o Bahia parou de jogar. Os jogadores estava em campo, primeiro onze, depois dez, após a expulsão de Hélder, mas pareciam ser apenas uma miragem. Os atacantes do Flamengo passavam por ele com a mesma facilidade de quem atravessa uma cortina de fumaça. O time carioca ficou com a bola o tempo todo, fez o gol de empate, continuou dominando, virou o jogo e nada, nenhuma reação do Bahia.
Entretanto, se alguém precisa avisar aos jogadores do Bahia que não adianta jogar apenas 45 minutos, Luxemburgo deve lembrar os seus comandados que é preciso batalhar pela vitória até o juiz apitar. Jobson, grande nome do jogo, aproveitou o cochilo da zaga adversária, tabelou com Maranhão e empatou a partida, para delírio do torcedor do Bahia, que saiu do estádio acreditando no renascimento da mística da estrela tricolor. Agora, com a chegada de Ricardinho e Carlos Alberto, é torcer para Jóbson manter o ritmo, Souza acordar e Jancarlos recuperar a forma física e técnica.
Jogando o que sabem, estes podem fazer o time dar em campo um espetáculo tão belo quanto o apresentado pela estrela da arquibancada, você tricolor.
Por: Jony Torres (Correio da Bahia)
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