Não há como questionar uma conquista sofrida, mas com campanha mais que consistente. Em 26 jogos, 17 vitórias, seis empates e três derrotas. 61 gols marcados e 28 sofridos. Entre os destaques individuais, o goleiro Marcelo Lomba, com boas atuações ao longo do campeonato e duas defesas fantásticas em conclusões de Victor Ramos e Rodrigo Mancha nos minutos finais do confronto derradeiro.
O jovem meia Gabriel, 22 anos, foi a revelação do campeonato. Responsável por 19 assistências na temporada. Duas na grande decisão, cobrando as faltas que terminaram nos gols de Fahel e Diones e outra que entrou direto na falha do goleiro Douglas.
Mas, o grande personagem da conquista, a 44ª do clube, é mesmo o técnico Paulo Roberto Falcão. Herdou um time que se recuperou no Brasileiro com Joel Santana mas não tinha padrão tático definido e armou uma equipe organizada, com variações táticas e apostando na compactação dos setores.
Na final, um 4-4-1-1 para encaixar com o 4-2-3-1 rubro-negro montado pelo técnico interino Ricardo Silva. Hélder, volante que vinha atuando improvisado na lateral-esquerda, entrou na vaga de Morais para atuar bem aberto à esquerda, acompanhando Romário. Mesmo com a saída do jovem lateral por lesão ainda na primeira etapa, a estratégia se manteve – até porque o substituto, Gabriel Paulista, também apoiou bastante. A cautela era compreensível pela vantagem do empate, mas o Bahia nunca deixou de atacar.
Lulinha tentava fazer a ligação pelo centro e se aproximar de Souza. Mas quem articulava o time era Gabriel, efetivado como titular pelo treinador, e Diones, volante que marca e sai para o jogo como um meia central europeu. Como Falcão fazia nos gramados como poucos e exige de seus comandados no meio-campo.
Uma equipe que joga agrupada e buscando o ataque, independentemente do esquema tático – 4-2-3-1 e 4-4-2 são os mais utilizados. É esse o Bahia de Falcão, campeão regional após 11 anos em final histórica. É também o time classificado para as quartas de final da Copa do Brasil e que merece atenção e respeito dos adversários no Brasileirão.
Blog Olhar Tático/André Roca
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